Sabemos que o abuso sexual contra a criança e adolescente tem sido considerado um grave problema de saúde pública devido aos altos índices de ocorrência e às sérias consequências para o desenvolvimento da vítima e de sua família. No período de 2011 a 2017, foram notificados no Sinan (Sistema Nacional de Agravo de Notificações), 184.524 casos de violência sexual, sendo 58.037 (31,5%) contra crianças e 83.068 (45,0%) contra adolescentes, concentrando 76,5% dos casos notificados nesses dois cursos de vida. Comparando-se os anos de 2011 e 2017, observa-se um aumento geral de 83,0% das notificações de violências sexuais.
Um só abuso é um escândalo. É assim, que iniciativas de capacitação, sensibilização e formação para a prevenção tornam-se essenciais e indispensáveis para ajudar à sociedade a ser um lar seguro para todas as pessoas que ingressarem pelas portas das instituições, organizações, escolas, etc.; e que as nossas crianças e adolescentes possam, também, se desenvolver em ambientes sãos, seguros e livres de abuso. Recentemente o Papa Francisco dirigiu as seguintes palavras: “A dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o nosso compromisso em garantir a proteção de menores e de adultos em situações de vulnerabilidade” (Carta, 20/8/2018).